Pataniscas Satânicas

Pataniscas Satânicas

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Good Catholic Fun

Jesus curte a noite -  um novo conceito importado do Brasil - as Cristotecas - que o Pataniscas vem por meio deste post aplaudir e incentivar. Que se espalhem por todo o país!

Há um novo conceito em Fátima, as Cristotecas, mais uma tentativa risível da igreja católica se aproximar dos jovens, de maneira imbecil. As Cristotecas, passam música tecno, efeitos de luzes, fumo e flashes constantes, e tudo acompanhado por imagens de Jesus e Maria em ecrãs grandes. Acho uma ideia genial. Os jovens podem com facilidade consumir psicotrópicos em barda, e quando forem interpelados, dizer simplesmente que estão a em transe religioso, e que Jesus está a falar com eles. E também, que querem ser canonizados, ter uma caixa de esmolas em cada igreja da região, e já agora, uma insenção de impostos. Cheguem-se para lá Pastorinhos de Fátima! Eu vi Jesus, e ele pede mais uma cerveja.  Aleluia!

Já foi encomendado um grande crucifixo de espelhos, para rodar durante o remix do Ave Verum Corpus, e versões trance de outros trechos renascentistas, em canto gregoriano. Os vigários vão começar a ir ao ginásio, e a tomar esteróides, para poderem ser bouncers competentes. Imaginem um Vigário, com mais músculos que o incrível Hulk, de t-shirt preta justinha e sotaque de Viseu, a barrar-vos a entrada por terem decote, ou a vossa saia mostrar mais que o tornozelo!

Na sala VIP vamos encontrar imagens de Bispos a abençoar coros de crianças de terna idade, e representações do muito conhecido milagre de Jesus Cristo, a transformação do trinaranjus em vodka laranja. As Madres Superiores vão abrir a pista, enquanto lançam olhares atrevidos aos Diáconos locais e os convidam a dançar descoordenadamente. Os padres vão estar descontraidamente encostados ao bar a abanar a cabeça ao som da música, enquanto seguram um gin tónico sagrado na mão. Para quem não sabe, - duas partes de água benta gaseificada e uma parte de gin sagrado. Custam 3 pais nossos e meio ave maria, antes da meia noite, por isso cheguem cedo.

Nas casas de banho, as freiras retocam a maquilhagem, e avisam as gajas que tomar a pílula dá direito ao inferno. Há máquinas de preservativos em todas as casas de banho, e quem as usar, será imediatamente condenado à Danação Eterna. Personificada por um Vigário todo inchado a dár-vos uma tareia, e a atirár-vos porta fora!
Pensem nas potencialidades! Todos os encontros carnais originários nas casas de banho das cristotecas, ou ‘’evangelização corpo a corpo’’, como lhes chamam os missionários(!), são automaticamente consideradas concepções imaculadas! Sem pecado!  Abençoadas por crucifixos colocados em cima de todos os urinóis, e uma grande pomba branca no tecto a simbolizar a semente de Deus.

No fim da noite, vamos todos comer um corpo de Deus com chouriço, e um caldo verde a acompanhar. Já têm que fazer na próxima sexta feira à noite?
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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Lavagens cerebrais revisitadas (segundo Elaine)


Hoje em dia toda a gente tem uma teoria da conspiração. Já se inventou de tudo. Há pessoas que acreditam que o Papa é um robot travesti, criado por uma raça de alienígenas parecidos com patos. Há uma seita que manda os seus acólitos usarem ceroulas de malha para honrar o deus das tampas de esgoto. E há mesmo aí gente que pensa que o Governo de Portugal é uma cambada de fantoches do estrangeiro, e que anda empenhado em pôr o país todo na miséria...
Mas malucos, há em todo lado.

A minha teoria da conspiração, é que os semáforos lavam o cérebro dos condutores. São colocados propositadamente pelo governo para isso. Melhor, os semáforos de Portugal detectam quem é que só tem porcaria na cabeça, e precisa de uma boa faxina mental, para tirar as teias de aranha do sotão.
Próxima vez que virem uma fila de trânsito, confirmem se não acontece.
O sinal fica vermelho, e, lentamente, sob a influência do semáforo, os condutores que precisam de uma lavagem cerebral, assumem uma expressão típica, que inclui a boca entreaberta e uma expressão vaga de espanto misturado com estupidez.
Depois, sob a influência dos poderosos raios mesmerizantes do semáforo, os condutores começam a lavagem, espetando o dedo indicador no nariz, para tentar alcançar o encéfalo.
Sacar carochas do nariz! É isso que Portugal faz no sinal luminoso! Enquanto está em animação suspensa, com a cassete do tony carreira à flor da consciência, num BMW comprado a leasing, olhando de maneira ausente o horizonte.
Há vários tipos de vítimas:
Temos o casual, com o polegar. Usa blusão Timberland e calças Sacoor e é descontraído. ‘’eu estou só a coçar o nariz, só a coçar, só a coçar, Oi, macaquinho, já está! Lança para longe, que nunca aqui esteve!’’. É assim que o James Bond tira macacos do nariz. Se for apanhado, diz logo que tem é alergias, por isso é que coça o nariz. Está em crescente identificaçao, esta doença da modernidade, a alergia ao macaco do nariz, junto com a fibromialgia ou o sick building sindrome.
Temos também o Mineiro, que sabe que o instrumento rombo que é o indicador humano foi desenhado por Deus para escarafunchar a narina. Geralmente tem franja, a boca entreaberta, e os dentes da frente afastados. Tem olhar manso, mas perdido, e massaja o lobo frontal com o dedo indicador para  facilitar o fluxo de pensamento. Tem alguma coisa de contemplação filosófica, e tenho a certeza que grandes progressos, em graves questões epistemológicas, foram alcançados durante o árduo trabalho do mineiro. Não sei até que ponto não devemos a Crítica da Razão Pura à congestão nasal de Immanuel Kant.
Por fim, temos o Cirurgião. O cirugião é preciso e metódico. O seu dedo mínimo tem anos de experiência a excisar cagaitas. Trabalha de maneira tenaz, com pequenos movimentos basculantes, de olhos semi cerrados, enquanto mordisca a língua. Sabemos que a cirurgia está perto do fim, quando o seu cotovelo sobe, e num movimento brusco, mas exacto, faz a última incisão. Mede-se a experiência do cirurgião, pelo grau de hemorragia que ele tem que lidar no fim da intervenção. Há aí muito cirurgião de 8 anos de idade que desata a chorar e vai a correr para as saias da mãe, com uma lista vermelha na frente da shirt, que ameaça complicar-se para as calças.

E vocês, quando virem alguém nesta marmelada, façam o que eu faço, buzinem ao gajo! Para ver se ele sai do transe, tira o dedo do nariz, vê que a porra do sinal ja está verde, e anda com aquela merda de carro, antes que os gajos do banco o venham buscar, porque ele deixou de pagar as prestações em 2010!
E se por acaso, vocês forem hipnotizados pelo semáforo, não fiquem chateados, aproveitem! É para aproveitar! Eu sei que aproveito! Tirem aqueles macacos que nunca conseguiram tirar! Aqueles chatos, que estão lá atrás, que só se apanha uma pontinha, e um gajo tem que ir lá com a unha, e sacas, e iiiih, até trás sangue agarrado! Eeeeeh! Vocês voltam com a mão ao nariz para ver se sangra e já sentem o sabor a ferro na boca... Esse tipo de macaco é que é para tirar no sinal!

Claro que depois de tirado o macaco, há a questão do que fazer com ele. Várias soluções são populares!
Pode-se colar no volante, sempre um clássico, e divertido se partilharem o carro com outra pessoa que faz o mesmo! Vocês têm de facto de ir à procura de um espaço na parte de trás do volante que ainda não contenha macacos de outros semáforos, de outras pessoas, de outras eras! A vossa selva pessoal! Não contrariem este instinto! Estruturem-no! Organizem os vossos macacos por semáforos! Juntem-nos em aldeias na parte de trás do volante!! ‘’Esta é a aldeia dos restauradores, esta é a da rotunda do relógio, e esta aqui, grandalhona, é do marquês de pombal, que eu agora tenho lá passado em hora de ponta!

A não ser que sejam do sexo feminino. As senhoras não tiram macacos do nariz. Nunca tiraram. E se tirassem, não eram macacos, eram póneis ou unicórnios, cor de rosa, ou com todas as cores do arco íris! Cada senhora tem um filão de unicórnios dentro de cada narina. Unicórnios de ranho seco em quantidades industriais, crostas e crostas de muco, agarradas aos cornetos, num ecossistema que fica imperturbado durante toda uma vida. Prados imensos a perder de vista, onde unicórnios vivem livres e felizes, nos afazeres mitológicos que são permitidos dentro de umas fossas nasais.
As senhoras não tiram macacos do nariz. E quando tiram, põem num lencinho. As senhoras esterilizam todas as funções corporais, através desta invenção: o lencinho. Tosse para o lencinho. Limpa a boca ao lencinho. Assoa-te ao lencinho!
Porra, o que é que aconteceu a um gajo assoar-se aos dedos e limpar às meias? Já ninguém faz? Passou de moda? Sou eu o único?

Mas, mas, digam o que disserem, eu acho que o ser humano está geneticamente programado para transformar os macacos do nariz em pequenas esferas!! Ah, que giro. Pequenas bolinhas. E para as atirar pela janela! Ou tentar…  atirar um macaco pela janela é dificil, porque fica colado ao dedo, e temos que trocar de mão e tentar outra vez. Frustrados, agitamos a mão toda sem sucesso, e por fim dizemos: olha mais um para trás do volante.

Existem pessoas que não admitem que tiram macacos do nariz. Pensam que são melhores do que isso. Pensam que tiram macacos do nariz é coisa de porcalhão. Pois, eu acho que uma versão de vocês com 12 anos, discorda desse ponto de vista. Quando vocês eram miúdos, metade do que vocês punham na boca, vinha do andar de cima. Estavam no recreio e reparavam que a mãe se tinha esquecido de vos mandar o lanche... Era logo, um macaquinho para acalmar a fome. E nos dias em que a mãe se lembrava, vocês comiam um macaquinho na mesma, para acompanhar o leite com chocolate. Por isso deixem-se de puritanismos e não venham com tretas. Aliás, entre as gomas, os bolicaus, as batatas fritas e os trinaranjus, um macaco do nariz era a coisa mais saudável que vocês comiam! O vosso corpo agradecia! Era o mais parecido com um vegetal que vos passou pelo estreito entre os 5 e os 12 anos!

Ps: Obrigado Elaine pela contribuição inestimável na elaboração deste post. O teu contínuo apoio (chamares-me estúpido muitas vezes), é o vento debaixo das minhas asas.
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