Pataniscas Satânicas

Pataniscas Satânicas

quinta-feira, 31 de março de 2016

Birdie Sanders

Hoje é dia de actualizar a informação na minha novela preferida, em exibição no Youtube:

''Quem é que vai ser o próximo presidente Americano?''

Não, isto hoje não tem nada a ver com política. É mesmo lixo informativo. Mas é divertido! :)

Vamos então às coscuvilhices mais recentes do lado dos Republicanos, em que a corrida se disputa entre Donald Trump e Ted Cruz.


Bem, esta semana alguém divulgou uma imagem antiga da esposa de Trump em trajes menores, para tentar alienar votantes religiosos.


Depois disto, o mau da fita (o Trump) ameaçou a mulher de Ted Cruz nas redes sociais:

O Ted Cruz ainda se tentou desculpar, dizendo que a imagem não tinha sido ideia dele, e a dizer que se Trump atacasse a sua mulher seria um grande cobarde...


O Trump nunca se acobardou quando se trata de atacar mulheres, e pouco tempo depois divulgou uma imagem a comparar a sua esposa com a esposa do Ted Cruz.


Oooooooh, no he didn't...

Bom, depois desta troca de galhardetes entre altos representantes Americanos, Trump foi entrevistado, e perguntaram-lhe porque é que ele publicou nas redes sociais uma imagem a comparar a sua mulher-troféu, com a mulher do Ted Cruz.

A resposta de Trump é espetacular e pode ser vista aqui:


Basicamente, Trump diz que não foi ele que começou... E o entrevistador respondeu-lhe: 

''Com todo o respeito, isso é argumento de uma criança de 5 anos...''

Momentos históricos.... Há mais, mas não é tão divertido.

Por isso vamos virar-nos para o lado dos democratas. Hillary Clinton vs Bernie Sanders. Admito que sou parcial, gosto mais do Sanders. Quando vejo os episódios da novela, ele tem mais de protagonista de uma soap story. Por vários motivos. O principal é que dou por mim a 'torcer' por ele. Não só partiu de uma posição extremamente desfavorecida, como ninguém acreditava nele ao princípio:


Quando digo que Sanders veio do nada, não estou a exagerar.


Sanders está envolvido numa cruzada que alguns descrevem como quixotesca, contra o dinheiro e o poder instituído... 


Vamos dizer contra o Mal. Sanders representa o Bem numa luta assumida contra um Mal mais ou menos definido. Posso fundamentar o que estou a dizer de várias maneiras, há muitas imagens icónicas. Mas acho que nenhuma representa melhor o seu lugar na narrativa, como a identificação que os seus apoiantes fazem de Sanders com o ''lado luminoso da força.'' Poucas coisas marcaram os Americanos como a história da Guerra das Estrelas. 



Como é lógico, faz parte da narrativa da campanha dele a percepção de que estão permanentemente a ser prejudicados pelas forças do mal. Neste caso, o 'big money', os 'super pacs', o 'establishment' e os MSN - 'main stream media'. Os 'maus' estão do lado do adversário, Hillary Clinton, e ajudam a explicar as vitórias dela.



Isso traz-nos ao momento presente. Depois de algumas derrotas desencorajadoras, Sanders estava num impasse, enquanto as primárias do Alaska, Washington e Hawai se aproximavam.

O momento era de resiliência, e subitamente, durante um discurso, um pequeno pardal voou e pousou no púlpito, perante o olhar incrédulo do próprio Sanders.



A multidão enlouqueceu. O momento, pleno de simbolismo, tornou-se viral nas redes sociais, foi difundido mundialmente e galvanizou a campanha. O facto de Trump ter sido atacado recentemente por uma águia (numa sessão fotográfica) ajudou ainda mais.


Mais ainda... Sabem quem é este?


Este é o great sparrow (pardal), da série Game of Thrones, que vai estrear uma nova temporada em Abril, no HBO. Uma personagem humilde, que confia na fidelidade do seu culto religioso constituído pelos pobres e desfavorecidos.

 A campanha adoptou um novo símbolo.


Com este empurrão absolutamente inesperado, Sanders venceu as eleições em Washington, no Alaska e no Hawai com mais de 40 % de vantagem. Voltou a ser considerado candidato viável. Renasceu.


Mal posso esperar por novos episódios!
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terça-feira, 29 de março de 2016

Precursores

Eu já ando hyped para o No Man's Sky há bastante tempo.

E sim, eu sei!

Não é bom ficar assim tão hyped. Não é bom criar tantas expectativas. Só leva a desilusão e lágrimas.

Mas vá lá!!!!

Olhem para esta imagem!!!


É um monolito!

No espaço!

E tem coisas escritas!

Quem é que as escreveu? Não sei!

Alienígenas, provavelmente.

Mas aquilo é um monolito com hieróglifos.

É uma ruína, parece saído de Stonehenge!

...

Alienígenas pré-históricos?


Vamos falar sobre isso.



Portanto está confirmado que no No Man's Sky haverá ruínas alienígenas para serem exploradas e cujos segredos podem ser desvendados pelo jogador.

E esta é uma ideia que me fascina mais do que eu consigo explicar.

A ideia de uma espécie de alienígenas ultra-poderosos, tão antigos que não se sabe nada acerca deles, que provavelmente estiveram envolvidos na origem de tudo e cujos artefactos estão espalhados pela galáxia e que continuam a desafiar as nossas capacidades para os entender.

É tão evocativo de mistério e exploração e descobrimento e aventura.

Estou extremamente entusiasmado por ser uma espécie de Indiana Jones espacial a devendar os mistérios dos precursores alienígenas e a coleccionar e a vender os seus artefactos. Se calhar até vai ser possível usar esses artefactos!!!


Porque é disso que estamos a falar. De Precursores.

É um trope, caso ainda não tenham percebido do que é que eu ia falar.

Uma raça antiga cuja cultura e conhecimento atingiu o seu pico numa época passada, mas que agora está extinta ou ascendeu a um plano superior de existência.
Em settings de ficção científica são habitualmente considerados a primeira raça a ter ganho consciência no universo ou na galáxia, dando-lhes uma óbvia vantagem sobre toda a gente.
Em settings de fantasia são habitualmente a espécie original, perfeita, criada pelos Deuses.

No seu pico, de acordo com os rumores, teriam sido capazes de fazer (e fizeram) quase tudo, incluindo criar espécies inteligentes e refazer mundos inteiros com um estalar de dedos, e qualquer mistério estranho ou persistente no universo é habitualmente atribuído a eles.

Podem ter sido suficientemente avançados, ou simplesmente muito melhores do que toda a gente com a sua tecnologia/magia, mas de qualquer forma deixaram marcas que se mantém até hoje.

E depois desapareceram no mito, deixando para trás nada a não ser ruínas tentadoras e raras, por vezes

São a civilização que criou o Monolito do 2001: A Space Odyssey (1968).


São os Celestials da Marvel.


É o Space Jockey do Alien (1979).


São os Forerunners de Halo.


São os Xel'Naga de Starcraft.


São os Eridians de Borderlands.



Muitas das vezes os Precursores serão benevolentes e de alguma forma garantiram que o futuro estaria garantido e que haveria alguma forma de proteger as espécies que viriam depois.

Como os Mondoshawans do The Fifth Element (1997) que estabelecem uma ordem secreta de monges na Terra para protegerem os elementos necessários para lutar contra o Ultimate Evil.


Ou como os Preservers de Star Trek, que transportam culturas raras em perigo para planetas seguros.


Claro que por vezes teremos azar e os Precursores não são simpáticos. Nesse caso temos Precursores Abusivos, que na maior parte das vezes ou estão selados num lugar que é suspeitamente fácil de abrir, ou ainda existem e andam a tornar a vida difícil a todas as outras espécies.

Se os Precursores Benevolentes e os Precursores Abusivos coexistirem, então provavelmente estão em guerra uns com os outros usando as espécies menores como peões num jogo.
Se os Precursores Benevolentes já tiverem ganho esta guerra então provavelmente ascenderam a um plano mais elevado de existência e transformaram-se em seres de energia, o que significa que é só uma questão de tempo até alguém soltar os Precursores Abusivos outra vez.

São os Engenheiros de Prometheus, que quando são acordados começam imediatamente a matar os humanos.


Em Star Trek são os Iconians, uma raça tão abusiva que todas as outras se juntaram para os destruir, e são conhecidos miticamente como os "Demónios de Ar e Escuridão"


Em Mass Effect temos os Reapers que deliberadamente deixam tecnologia por todo o lado para encorajar espécies futuras a fazerem inovações técnicas específicas, só para depois regressarem e colherem esses frutos tecnológicos. E fazem isto para se reproduzirem, criando mais Reapers dos milhões de seres colhidos.


E finalmente, como é que nos poderíamos esquecer do Cthulhu e companhia!
Os Elder Ones, que quase acidentalmente criaram o Universo e espalharam a vida pelos planetas, andam sempre a tentar voltar e comer tudo outra vez, criando insanidade em que quer que meramente olhe para eles.


De onde é que vem esta nossa fascinação por uma raça de seres superiores antigos, inimaginavelmente avançados, que entretanto desapareceram misteriosamente?

Bem, o Renascentismo é literalmente um período onde as pessoas andavam fascinadas com o Império Romano e com a cultura Grega, que consideravam serem superiores e os precursores da civilização.


O Humanismo Renascentista deriva da redescoberta da filosofia Grega clássica. Este tipo de pensamento manifestou-se na arte, na arquitectura, na política, ciência e literatura. É nesta altura que a arte volta a ter perspectiva e volta a ser usado o betão.

O Latim volta a estar na moda, e artistas como Michelangelo recriam estátuas realistas de figuras humanas em mármore branco, ao estilo Romano.


Mal sabia o Michelangelo que os Romanos pintavam as suas estátuas de cores garridas, e que o estilo de mármore branco atribuído aos romanos é um equívoco que advém do facto de essas tintas não terem sobrevivido aos séculos.


Mas mesmo os Romanos e os Gregos tinham os seus próprios precursores.

A ideia da Atlântida é proposta pela primeira vez por Platão nos seus Diálogos, escritos no ano 360 antes de Cristo, como uma sociedade utópica, com desenvolvimentos científicos extremamente avançados, que teria desaparecido misteriosamente debaixo das ondas séculos antes.


Portanto o meu desejo tremendo de ser um Indiana Jones espacial a explorar as ruínas de alienígenas desaparecidos há não sei quantos milhares ou milhões de anos, tentando desvendar o que eles seriam e o que fariam nasce de todo este fascínio que a cultura humana parece ter pela ideia de Precursores.

Ideia essa que vem sendo passada de geração em geração desde pelo menos os Gregos!

Mas agora pensem no seguinte.

Uma das possíveis explicações para o Paradoxo de Fermi (porque é que ainda não encontrámos alienígenas) é que os Humanos são dos primeiros seres inteligentes a surgirem no Universo.

O que faria de nós os Precursores!

Cool, huh?

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quinta-feira, 24 de março de 2016

Terrorismo e gatos

Hoje queria ter escrito sobre o fenómeno do terrorismo num mundo globalizado.
Por causa da Bélgica.

Mas a verdade é que estou cansado dessa conversa.
Porque é sempre a mesma coisa. Eles fazem rebentar umas bombas e matam inocentes, nós ficamos com medo e desejo de vingança, e os nossos exércitos vão lá às cidades deles despejar umas toneladas de explosivos e matam inocentes.

Ficamos mais descansados durante uns meses, e depois o ciclo recomeça.

Para ser franco, o que me aborreceu foi o vídeo do próximo presidente Americano a dizer claramente que temos que matar as famílias dos terroristas. Portanto, as mulheres e os filhos deles. Talvez ele não acredite nas parvoíces que diz. Mas sabe que é o que as pessoas querem ouvir.

Talvez isso seja mais assustador.

Acho que foi muito bom alguém lembrar esta ideia de matar mulheres e crianças. Provavelmente este génio vai resolver o problema do terrorismo e trazer estabilidade ao Médio Oriente.


O facto é que a vida continua, e a história dá ideia de ser cíclica.


Portanto, dado que já conhecemos esta narrativa, vou escrever sobre coisas mais importantes.

O meu gato chama-se Coiote, e gosta de caixas de cartão. Gosta de se meter dentro delas e de as morder e arrancar bocados. As primeiras vezes que isso aconteceu, eu disse-lhe para parar. Depois desisti, porque me sentia estúpido a mandar um gato fazer o que quer que seja, e porque ele parecia tão feliz a arrancar bocados de cartão à dentada.


O meu gato gosta de ficar à janela. Põe-se em pé (maisoumenos) em cima da casa de banho dele, e fica debruçado a ver os outros gatos a passar no beco atrás da minha casa. Fica a olhar para eles durante muito tempo, a fingir que não está a ver os pombos ao canto do beco. Ele tem um plano para apanhar os pombos todos.


Outra coisa que ele quer perceber é o que acontece dentro da máquina de ferro com a janela redonda que faz barulhos. Ao princípio ele tinha medo da máquina de ferro, mas lentamente foi-se habituando. No outro dia apanhei-o a dormir lá dentro. Um dia ainda o apanho a usar o aspirador.


Houve um dia em que o Coiote começou a miar alto na cozinha e eu fui ver o que se passava. Um gato amarelo tinha subido para cima da árvore atrás da minha casa, e o Coiote estava a miar-lhe por algum motivo. Acho que o estava a incentivar. Depois disso começou a tentar subir às árvores. ´
Acho que o herói dele é o gato amarelo, e quer ser como ele quando for grande.



O Coiote gosta de passear na rua de trela. Quando sai tenta sempre cheirar todos os pneus de todos os carros, e tenta arranhar os cães todos que vê. Ele não gosta de cães nem de autocarros. Na realidade, os autocarros não passam de cães grandes que fazem barulhos grossos e bufam dos tubos de escape.


Outra coisa que ele ainda não percebeu bem é porque é que os humanos têm bacias grandes de porcelana com uma alturinha de água no fundo, onde se sentam todas as manhãs. Mas não é por falta de investigar...


Outra coisa que ele gosta é de bater grandes sornas no sofá. Às vezes, enquanto dorme, começa a miar com os bigodes a tremer, e outras começa a lamber-se todo. Deve estar a sonhar com atum, que é o que ele aceita como suborno para tudo. Acho que ele deixava tudo, e fugia de casa para perseguir uma lata de atum bom petisco.


De resto, gosta de aparecer em fotos.

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terça-feira, 22 de março de 2016

Batman v Superman: o Detective Morcego contra o Super-Alienígena

Quem são os avôs do Batman? O que é que o Superman tem a ver com o Tintin? Mais um artigo para nos aproveitarmos da proximidade de blockbusters?

Vamos falar sobre isso.


Portanto não tarda nada o Batman e o Superman vão estar aí à porrada um contra o outro, e estamos todos muito entusiasmados com isso e vamos ver o filme e vamos escrever sobre o filme, provavelmente para dizer que o Civil War é melhor, e o Batman v Superman: Dawn of Justice é realizado pelo Zack Snyder e tem o Ben Affleck e o Henry Cavill e o Jeremy Irons e o Jesse Eisenberg a fazer de Lex Luthor que é provavelmente o que me entusiasma mais acerca do filme, e acho que já tenho as keywords todas de que o motor de busca do Google precisa para ir buscar este post quando as pessoas procurarem por coisas relacionadas com isto.

Mas eu sempre achei muito interessantes estes dois heróis da DC, que são os seus dois heróis mais reconhecíveis.

Já falámos antes da diferença essencial entre os heróis da Marvel e da DC, mas nunca explorámos realmente quem são o Batman e o Superman.

Claro que por esta altura já toda a gente sabe que o Batman é o Bruce Wayne e que o Superman é o Clark Kent. Não é disso que estamos a falar.

Tentem afastar-se do que sabem destes heróis e olhem para eles como se fosse a primeira vez.


Se pensarem bem no assunto, o Batman é um orfão milionário que se veste de morcego à noite para combater o crime e resolver crimes, recorrendo a equipamento científico avançado.
O Superman é um alienígena que vem do planeta Krypton e que na terra tem poderes sobre-humanos e um sentido de moralidade inatacável.

A nossa primeira pista para entender isto está na origem destes heróis.

O Superman e o Batman surgem pela primeira vez em 1938 e '39, respectivamente. São ambos heróis pré-Segunda Guerra Mundial, ao passo que o Captain America (1941) e o Iron Man (1962) são os dois heróis do pós-guerra (o Iron Man é um herói que nasce do clima da guerra fria).

Isto significa que o Superman e o Batman vão representar uma cultura americana ainda relativamente inocente e jovem, dos anos '30 e para quem os heróis ainda não estavam relacionados com a guerra.

Quem são esses heróis?


Em 1905 estreia a peça de teatro das aventuras do Scarlet Pimpernel, que para as gerações mais recentes é quase inteiramente desconhecido, mas que ainda foi uma referência cultural relevante para o meu pai nascido em 1948.

O Scarlet Pimpernel era um aristocrata inglês durante a revolução francesa que salvava outros ingleses do violento governo revolucionário francês. O Scarlet Pimpernel escondia a sua identidade, marcando os seus feitos apenas com uma flor vermelha, e resgatava os outros ingleses recorrendo a secretismo e disfarces!

É familiar?


Em 1919 é publicada a primeira aventura de Zorro.

Diego de la Vega é um nobre espanhol-californiano durante a época do governo Mexicano em Los Angeles durante 1821 e 1846. Diego veste-se de negro, usa uma máscara para esconder a sua identidade e usa a sua agilidade e esperteza para proteger as pessoas comuns e os indígenas do tirânico governo espanhol.

Já começa a ser reconhecível?

Douglas Fairbanks em "The Mask of Zorro" de 1925
No seguimento de detectives extremamente inteligentes capazes de desvendar crimes só com o poder da sua inteligência, como Sherlock Holmes (1887), em 1931 surge pela primeira vez a personagem de Dick Tracy, um detective policial duro e inteligente e já com uma distintiva queixada quadrada.

Dick Tracy também não tem super-poderes, mas em vez disso usa a sua inteligência, dispositivos electrónicos avançados e ciência forense para resolver os crimes.



Também em 1931 surge a personagem do The Shadow, que originalmente era apenas a personagem que apresentava um programa de radio de mistérios criminosos com o mesmo nome.
A personagem rapidamente ganhou popularidade e mereceu uma banda-desenhada só para si, e eventualmente alguns filmes.

O The Shadow é uma personagem misteriosa, que se vestia de negro, tinha uma máscara, uma identidade secreta, e durante a noite ia combater o crime em nome da justiça, intimidava os criminosos à submissão e era conhecido pelos seus poderes de dissimulação.

"The Shadow" - acho que já perceberam onde é que eu estou a chegar com isto
O Batman é uma amálgama de todos estes heróis das revistas pulp, misturando os tropes dos aristocratas aborrecidos, detectives inteligentes e justiceiros nocturnos.

Então e o Superman?


As origens do Superman não são menos curiosas e surpreendentes.

Edgar Rice Burroughs escreve em 1912 o primeiro romance de Tarzan, que viria a ser adaptado para banda desenhada em 1929 por Hal Foster.

Tarzan é um humano que cresceu fora da corrupção da sociedade, com morais puros e uma coragem inabalável que entram em conflito com as pressões de uma sociedade à qual ele não esta habituado. Não atrapalha nada o facto de ele ser o epítomo da condição física perfeita.

Tarzan, ilustrado por Hal Foster, 1929
Tarzan, Ilustrado por Burne Hogarth, 1938


 Edgar Rice Burroughs cria também em 1912 a personagem de John Carter.

John Carter era um homem da Virginia, antes da Guerra Civil Americana e que detinha os valores do Sul-pré-guerra da honra e da Cortesia.
John Carter acaba por se encontrar deslocado no planeta marte, onde descobre que por causa da gravidade, a sua força e agilidade físicas são agora sobre-humanas, possui uma espécie de imortalidade, o que lhe permite salvar os marcianos nativos.


Esta busca das origens do Superman não estaria completa sem falarmos de Buck Rogers (1929) e Flash Gordon (1934), ambos exploradores espaciais, ambos com capacidades sobre-humanas, e que dão relevo às fontes de ficção científica do Superman.


Finalmente, uma última nota em relação ao Superman, tem a ver com o facto de que o alter-ego dele ser um repórter. O Clark Kent é um repórter para o jornal Daily Bugle em Metrópolis (cujo nome é directamente inspirado do filme de ficção científica de Fritz Lang de 1927 com o mesmo nome).

Mas porquê um repórter?

Porque nessa altura ser um repórter era uma coisa entusiasmante e excitante para os jovens, como evidenciado pela popularidade do Tintin (1929), outro repórter/jornalista que anda pelo mundo em aventuras.


Portanto, temos o Batman que é descendente directo de aristocratas vigilantes misteriosos que resolvem crimes recorrendo à sua inteligência e dispositivos científicos, funcionando como neto do Zorro e do Sherlock Holmes, e filho do The Shadow e do Dick Tracy.:
E temos o Superman que é o ideal da forma física e dos morais inatacáveis vindos de uma origem alienígena à sociedade normal, com habilidades sobre-humanas que também têm surgem da sua origem extra-terrena. É neto do Tarzan e filho do Joh  Carter, primo do Tintin e passou muito tempo co o Flash Gordon e o Buck Rogers.

Portanto, quando forem ver o Batman v Superman, e acharem bizarra a história do Detective Morcego que luta contra o Super-Alienígena, e se vos der a impressão que isso mais parece uma historieta dos anos '30, então é porque é mesmo.


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