Ali!
Sentiram?
Quase não se notou.
Morreu um meme
Já falei várias vezes sobre o que são memes e sobre como se propagam e modificam na história.
Basicamente memes são ideias. Pequenas ideias mais ou menos individualizáveis que se propagam entre as pessoas e evoluem ao longo do tempo, nascendo, modificando-se ou desaparecendo.
Toda a gente gosta de gatos. Toda a gente gosta de ver fotos e imagens e vídeos de gatos. Os gatos são um dos memes mais bem sucedidos que há (juntamente com a religião).
Um meme particularmente persistente durante os últimos anos, cujo primeiro registo é de 2011, é o meme de o Leonardo DiCaprio não ganhar Óscares.
Realmente, tendo sido nomeado para Óscar de Melhor Actor Secundário em 1993, e para Melhor Actor em 2005, 2007 e 2014, começava a chamar a atenção o facto de ele nunca ter ganho nenhum Óscar.
A internet fez disso uma coisa.
Realmente, tendo sido nomeado para Óscar de Melhor Actor Secundário em 1993, e para Melhor Actor em 2005, 2007 e 2014, começava a chamar a atenção o facto de ele nunca ter ganho nenhum Óscar.
A internet fez disso uma coisa.
É importante relembrar que estas imagens são só a representação mais óbvia e facilmente identificável de um Meme. O meme aqui é a ideia de que o Leonardo Dicaprio não ganha Óscares, e não é preciso conhecer o sequer ver estas imagens na internet para que esse Meme esteja na nossa cabeça.
Mas estas imagens são perfeitas para medirmos a evolução do meme à medida que vai passando de cabeça em cabeça. Podemos ver como se modifica e como se altera com o tempo, como se adapta aos novos filmes que saem. É uma forma de arqueologia, como se estivéssemos a rebuscar por entre os restos culturais de uma sociedade que desconhecemos para perceber em que é que pensavam colectivamente (gatos e pornografia, maioritariamente).
Mas estas imagens são perfeitas para medirmos a evolução do meme à medida que vai passando de cabeça em cabeça. Podemos ver como se modifica e como se altera com o tempo, como se adapta aos novos filmes que saem. É uma forma de arqueologia, como se estivéssemos a rebuscar por entre os restos culturais de uma sociedade que desconhecemos para perceber em que é que pensavam colectivamente (gatos e pornografia, maioritariamente).
Até foi feito um jogo de computador, no qual encarnamos o Leonardo DiCaprio e temos de correr pela passadeira vermelha a apanhar Óscares dos outros actores!
Se ficaram contentes pelo facto de o Leonardo Dicaprio ter ganho um Óscar, se viram noticias ou imagens a acerca disso no Facebook, então fizeram parte de um fenómeno cultural que foi partilhado por milhões de pessoas ao mesmo tempo.
Foi como se a internet e o mundo finalmente tivessem soltado um suspiro de alívio colectivo que estava em suspenso desde 1993.
Não é comum termos um arco narrativo tão claro e definido para um meme. Habitualmente a evolução dos memes ocorre de forma quase imperceptível, com pequenas alterações ao longo do tempo, até desaparecer completamente ou transmutar-se para algo irreconhecível.
Mas neste caso do Leonardo DiCaprio, o meme teve uma conclusão perfeitamente clara. Um princípio um meio e um fim.
Houve um pequeno salto nas placas tectónicas da cultura. Um ajuste às novas condições.
Não é tão frequente quanto isso conseguirmos ver a olho nu, com registos claros da sua evolução a história natural de um meme.
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