Pataniscas Satânicas

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terça-feira, 19 de abril de 2016

A arte perdida da Copromancia

Nostalgia pela altura em que estudávamos o Harrison? Mistérios de natureza escatológica?
O Papão a respirar-nos no pescoço outra vez?

Vamos falar sobre isso!



Portanto o ano era 2010, e estávamos nós, eu e o Ricardo, em Évora a estudar para o Harrison.

(não te preocupes, Ricardo, não é ESSA história que eu vou contar).

Estávamos a estudar para o Harrison, porque era isso que o Papão queria na altura, da mesma maneira que agora quer que façamos outra tarefa igualmente inútil e esmagadoramente aborrecida.

De qualquer maneira passávamos muito do nosso tempo a estudar na Universidade de Évora.

Ainda foram 6 semanas em Évora, a estudar para o Harrison.



E durante esse tempo reparámos numa coisa que nos deixou curiosos.
Dado que passávamos tantas horas seguidas dos nossos dias a estudar lá na faculdade, inevitavelmente tínhamos de usar as casas de banho.

E fomos reparando que sistematicamente havia alguém, nunca percebemos quem, que quando ia usar a casa de banho deixava sempre lá um pequeno submarino castanho, grande e volumoso.

Sempre.

Era talvez um tipo 3
Quase todos os dias quando lá íamos, lá víamos os indícios do nosso amigo.

Não sei o que é que ele comia, em que é que consistia a sua dieta. Certamente muita fibra porque... aquilo era impressionante.

Mas há aqui um detalhe, que se calhar já repararam se ainda estiverem a ler, que é: como é que nós éramos capazes de ver o presente que o nosso amigo nos deixava todos os dias, como se de um cartão de visita se tratasse.

Nós éramos capazes de o ver, porque não havia papel higiénico na sanita.



Lá estava ele, ali a flutuar, grande e imponente, e nem um vestígio de papel higiénico à vista.

Isto deixou-nos intrigados, e passámos muitas boas horas a discutir o mistério da ausência do papel higiénico (o que por si só vos deve dar uma ideia do estado da nossa mente depois de meses a estudar o Harrison).

Será que o nosso amigo usava alguma forma de papel higiénico biodegradável que se desfazia?

Será que sempre que ele ia matricular o robinho na natação, vinham alienígenas que recolhiam o papel, e não o resto, para analisar?



Não. Nada disso.

Sabem como na antiguidade os sacerdotes ou xamãs de variadíssimas religiões e crenças tinham o método de ler o futuro nos órgãos dos animais, ou no voo dos pássaros?

E como actualmente ainda há muita gente que tenta ler o futuro nas cartas, que se chama Cartomância, e nas palmas das mãos, que se chama Quirologia?

Pois bem, o nosso amigo da Universidade de Évora andava a consultar não uma Cartomante, não uma Quiróloga, mas sim uma Copromante!

Chegámos à conclusão, depois de muito pensar sobre o assunto, que o nosso amigo de Évora, sempre que acabava o que tinha a fazer na casa de banho, recolhia muito bem o papel higiénico usado, dobrava-o cuidadosamente e guardava-o na carteira, para depois o ir mostrar à Copromante.


A Copromante pegava no papel higiénico usado, desdobrava-o cuidadosamente, fazendo gestos místicos e olhares preocupados, e uns "Hmmmmmmmmmmm" e "Ahhhhhh" muito longos e pensativos.

Depois ia analisar o odor, e o padrão de dispersão no papel higiénico.

Um padrão mais espalhado e raiado é indicativo de sorte no amor. Um padrão mais linear, com mudanças na cor significa que é uma má altura para investir acções.

Uma maior granularidade significa que está na altura de agir instintivamente, ao passo que uma textura mais delicada significa que há problemas no casamento.

Nem preciso de vos dizer o que é que grãos de milho significam.


Surpreendentemente, ou não, uma pesquisa de 30 segundos na internet que fiz agora mesmo diz-me que esta parvoíce afinal existe mesmo.

Chama-se Escatomancia, que é um nome quase tão bom como Copromancia, e que há gente que tenta levar isto a sério.

Não sei.

Sei que o Papão anda a espreitar-me por cima do ombro com muita força.

Juro que quando pesquisei "Scatomancy" no Google esta foi uma das imagens que apareceu
Não precisam de agradecer eu não ter usado nenhuma das outras

2 comentários:

  1. se dá para ler o futuro não sei, mas antes de puxar o autoclismo pensava sempre se a minha nota no exame não estaria a ir pelo cano abaixo. Depois fiz o exame, e era verdade!!! temos que perguntar ao professor chibanga se ele consegue ver o futuro em entranhas de galinha. antes e depois de cozinhadas, e de atravessarem o trato gastro intestinal de um mestre da adivinhação!

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    1. Se calhar é por isso que os doentes nos oferecem galinhas...

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