Pataniscas Satânicas

Pataniscas Satânicas

sábado, 25 de dezembro de 2010

Feliz Natal

...antes da enxurrada de posts sobre o Japão, aqui fica o post comemorativo do Natal, ao estilo do Pataniscas:

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domingo, 5 de dezembro de 2010

Sake

Lembram-se do que vos disse no outro dia?

Estivemos este fim de semana em Nikko, que é uma cidadezinha com um grande complexo de templos, situada a 140 quilómetros a norte de Tokyo.
O principal templo é o do túmulo do Tokugawa Ieyasu, que unificou o Japão, iniciou toda uma nova dinastia e fechou as fronteiras do país durante cerca de 250 anos.

Mas o que realmente interessa é que hoje eu e o Ricardo decidimos que íamos comprar uma garrafa de Sake.
Estamos no Japão, em viagem, precisamos de sake. Tão simples quanto isso.

Já tínhamos feito uma experiência anterior, mas que não correu tão bem, porque bebemos alguma coisa que parecia vodka ou anti-congelante.

No entanto hoje fomos a uma lojinha de bebidas local, entrámos um bocado a medo porque aquilo parecia tudo muito caro. O dono da loja, como todos os lojistas, cumprimentou-nos quando entrámos, e fomos à procura de uma garrafinha.
Encontrámos uma pequenina a 390 yens e fomos pagar.

Depois pedimos ao homem que nos mostrasse copinhos de beber sake, e ele mostrou-nos uns pequeninos de porcelana brancos com umas letras azuis no fundo.
Eu perguntei-lhe "ikura deska?", que, disseram-me, significa "quanto custa?".
O homem parece pensar 2 segundos, abre-se num sorriso enorme e diz "present!".

Então eu aponto para um segundo copo, levanto dois dedos e volto a perguntar "ikura?". Ele pensa mais um bocado e repete "present!"

Resultado: eu e o Ricardo, estamos, neste momento, a beber sake em copos oferecidos por um japonês, em Nikko e a planear a viagem para Kyoto amanhã.

Não sei se isto compensa completamente meses de Harrison, mas estamos definitivamente no bom caminho.

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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tokyo

...é uma cidade gigantesca.

Maior que qualquer cidade que já tenham visto. Maior do que possam imaginar.

E tem milhões de pessoas. Em comboios, em escritórios, em escolas, em centros comerciais. Pessoas que se acotovelam e apinham, sempre muito delicadamente e silenciosamente.

Milhões de pessoas extremamente sozinhas. Sem falarem umas com as outras nos transportes públicos, nas ruas quase sempre a andar sem companhia.

A massa de pessoas é tão grande que se torna inindividualizável, sem cara, despersonalizada. Não é possível uma pessoa relacionar-se com a massa humana. Então as pessoas retraem-se e ficam no seu espaço pessoal sem dele saírem.

Mas quando falamos com elas, desfazem-se em amabilidade e simpatia. Mostram interesse genuíno, sorrisos sinceros, partilham uma piada se a entenderem.

Tokyo, apesar dos seus enormes arranha-céus, dos néons futuristas, dos templos e jardins perdidos no meio da urbe, é uma cidade carente de afecto.

Demorei a perceber que era isso que caracterizava esta cidade, mas é de facto isso.

All the lonely people, where do they all belong?

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