Pataniscas Satânicas

Pataniscas Satânicas

domingo, 23 de outubro de 2011

Amadeus



Eu já tinha visto o Amadeus várias vezes, e por acaso tinha-o revisto há alguns meses, portanto foi com bastante curiosidade que fui ver a peça original, escrita por Peter Schaffer no Teatro Dona Maria II.

A peça conta a história de Salieri e de Mozart e da sua rivalidade.
Salieri é o compositor da corte cuja única coisa que sempre quis foi a capacidade de compôr música para louvar a Deus!

No entanto, com a chegada de Mozart, Salieri reconhece nele o génio e a música sublime que ele próprio nunca conseguiu ter.
Aquilo que no início começa por ser mero ciúme e inveja, rapidamente se torna numa obsessão louca que leva Salieri a planear a destruição de Mozart e, por intermédio dele, vingar-se de Deus.

Eu não costumo ir ao Teatro, portanto esta opinião vale ao que vale.

Diogo Infante e Ivo Canelas estão os dois muito bem como Salieri e Mozart, respectivamente.
Ivo Canelas consegue tornar Mozart numa personagem verdadeiramente irritante e quase detestável, como é suposto ser. Mozart, nesta peça é uma criatura infantilóide e obscena, que seria odiável em todos os aspectos não fosse o de compôr música divinal.
É exactamente essa contradição, e a convicção de que Deus escolheu semelhante criatura e não Salieri para receptáculo da inspiração divina que leva Salieri a mover-se contra Mozart.
Diogo Infante por sua vez, consegue com grante talento mostrar uma personagem levada à loucura, obcecada e em última instância cruelmente fria e propositada.

Os cenários são simples mas extremamente bem utilizados e a pouca música que existe são peças de Mozart, portanto por aí era impossível falhar.

O enredo da peça está bem construído, levando a um clímax que é extremamente satisfatório e inteligente.

No geral, o filme é superior à peça de teatro.
Assumo que seja uma comparação injusta, mas é a única que sou capaz de fazer.
Apesar disso, a peça de teatro permite os monólogos e os artifícios teatrais que no cinema pareceriam exagerados.

E pronto, a minha primeira crítica teatral

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