porque vou escrever acerca de programas de culinária.
"Programas de culinária?!" bradam os leitores,
"eu venho ao Pataniscas Satânicas para ler pequenos textos intelectuais, que não sejam pretensiosos mas que tenham um humor mordaz e acutilante, bem como insights inteligentes acerca da condição humana e do estado actual do mundo, sem nunca perder vista da cultura popular, e esperar, esperar sempre, que um dia possa ser abençoado com a História dos Macacos!" gritam, quase em lágrimas e com um ar de júbilo misturado com tristeza, as nossas multidões de leitores.
"e agora vem o Gui, essa fonte de inspiração e informação relevante, que nunca falha em demonstrar a sua superioridade cultural e intelectual sem no entanto parecer snob ou elitista e sem sequer deixar transparecer que na realidade pensa que a vasta maioria das pessoas tem o QI igual ao número que calça, falar-nos de programas de culinária?!" clamam as hordas de leitores.
Calma, caros leitores.
Eu gosto de cozinhar. Sempre gostei. Gosto imenso de comida, de comer e de fazer comida. Dá-me gosto cozinhar para os amigos.
E, sempre, desde que me lembro, que gosto de programas de culinária.
Lembro-me de ter 6 anos, e de ver na televisão, na RTP1, nos dias de semana de manhã, um programa de culinária que dava, e de adorar aquilo.
Se calhar aquilo já apelava à minha mente obsessiva, que procurava ardentemente coisas com uma estrutura própria e reconhecível.
Um programa de culinária é como um bom filme de assaltos. Sabemos à partida que vai ser satisfatório.
Vi vários ao longo dos anos, sendo que a maioria eram no já defunto People and Arts.
Havia um gajo muito homossexual, um britânico muito divertido e snob.
Eram programas de culinária que viviam tanto à custa das receitas em si, como da personalidade e entusiasmo do cozinheiro que as preparava.
O Jamie Oliver parece um rabeta enconado, e eu digo isto por oposição a uma raging queen.
Mas havia um que eu adorava realmente, que era o Two Fat Ladies.
Um programa em que duas mulheres muito gordas e divertidas cozinhavam durante meia hora e gozavam uma com a outra.
Era extremamente divertido e satisfatório.
Infelizmente acabou porque uma delas teve cancro do pulmão e morreu.
Mas aonde eu estou a tentar chegar é que com o advento do Youtube, o género do programa de culinária com cozinheiros interessantes revitalizou-se, com uma data de gente a tentar fazer coisas progressivamente mais estranhas.
Começo por apresentar o Epic Meal Time.
Neste, uma data de gajos extremamente épicos e bad-ass, levam a culinária a níveis calóricos nunca antes imaginados, e tentam basicamente superar cada episódio anterior.
Nunca mais vão olhar para bacon da mesma maneira.
Depois temos um dos meus recentes preferidos, o Regular Ordinary Swedish Meal Time, que me diverte particularmente, não porque é apresentado por um sueco extremamente zangado, mas porque sugere que, contrariamente ao Epic Meal Time que apresenta refeições normais de uma forma épica, todas as refeições suecas já são tão épicas que não vale a pena chamar a atenção para isso.
É apresentado em sweglish, e copiosas quantidades de maionese são ingeridas.
Depois outro muito engradaçado é o My Drunk Kitchen, no qual uma rapariga muito geek (e toda a gente sabe que as raparigas geeks são as melhores raparigas do mundo) se embebeda e cozinha. Hilarity ensues, porque é sempre divertido ver pessoas bêbedas a tentarem fazer tarefas complexas.
Depois há o Vegan Black Metal Chef.
Garanto-vos que nunca mais vão ouvir Black Metal sem ouvir no meio dos grunhidos alguém a recitar uma receita vegan.
...
Acabei de fazer um post sobre culinária... god save us all...
Isso não é um post de culinária, é uma desculpa para mostrar maluquinhos do youtube. O mundo está cheio de pessoas interessantes. Elas vivem no youtube e fazem fortalezas de carne com recheio maciço de queijo, e vedações de entrecosto. Estas pessoas vão mudar a maneira como as gerações vindouras nos vão ver.
ResponderEliminar''cut the tofu, turn the plate...''
Heil Seitan!!!
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