Pataniscas Satânicas

Pataniscas Satânicas

domingo, 31 de agosto de 2014

Super!!!


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Strawberry Fields Forever




This is a song that onyrically takes you through the dream-like perspective of a person who's realized that people care way too much about mundane things.

Note that the song starts with "Let me take you down, cause i'm going to Strawberry Fields"
He's not taking you down to Strawberry Fields, he's taking you down, meaning taking you down a peg and getting you feeling low and blue (as in "i'm feeling down"), because he's going to Strawberry Fields.

Nothing is real, there are no really important things, it's all an illusion, a construct of our mind's attempt to make sense of it all and impose structure on events outside our control, There's really nothing to get hung about, because it's all strawberry fields forever.

Living is easy with eyes closed, if you obstinately refuse to see that it's all in the mind, if you refuse to see the real value of stuff, and making attributions and giving value to stuff that's really not worth all that much, misunderstanding all you see.

It's getting hard to be someone, to make a name for yourself, to make yourself feel and seem important in society, it's hard to be someone of note and importance, but you know what, it all works out either way.
It doesn't matter much to me, you know, all that running around trying to be someone.

No one i think is in my tree, not many people are with me on this or think the same way i do, because you can't have both, you can't care and not care, it must be high or low, you can't just tune in when you want to, you have to either know or not.

But it's alright if you don't. At least i think it's not too bad. Nothing really matters anyway.
So let me take you down, let me take your mind down, your expectations down, let me release you from that daily bustle, and just come with me to strawberry fields, because nothing is real, and there's really nothing to be hung up about, there's just endlessly stretching strawberry fields. It's all good, if you just learn to relax.

And i know you always think this is just me talking. Or rather, you sometimes think this is just me talking, there are moments where you do wonder if i'm right.
But you know what? I do know the difference between the rambling flow-of-thoughts that takes me down through these ideas, I know when it's a dream.
In all the confusion and absolute relativity of it all, all i can safely say is: i think that all these things i know, they mean a resounding "yes", it is all relative, it is all for show, you can let it down, you can not care that much.
But then again, it's all wrong, all of these things i'm saying could just be plain wrong.
But no, there's no right or wrong, you're not right and i'm not right. All i know is that i disagree with your worldview.

So let me take you down, cause i'm going down and i'm going to free-flow my thoughts, i'm going to listen to music and enjoy life and smoke drugs and release my mind, and go to that child-like fascination of the world, as if i'm just walking through endless fields of Strawberry Fields, just waiting to be picked, in immeasurable beauty, where nothing is real, and there's nothing to get hung up about.



from Wikipedia:
Strawberry Field was the name of a Salvation Army children's home just around the corner from Lennon's childhood home in Woolton, a suburb of Liverpool.[9] Lennon and his childhood friends Pete Shotton, Nigel Walley, and Ivan Vaughan used to play in the wooded garden behind the home.
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quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Lego Movie

Coisas que o Lego Movie faz:

>>CUIDADO: HÁ SPOILERS<<



A premissa da narrativa é de que esta é a aventura imaginada de uma criança de oito anos e meio que está a brincar com os seus legos. Lembram-se de como a sequência de acção no início do Toy Story 3 é realmente uma interpretação das aventuras que a criança imagina no início do Toy Story 1? Toda a narrativa do Lego Movie é também a interpretação de uma aventura imaginada por uma criança. Mas está tão bem escrita e assume a sua infantilidade de forma tão aberta, que se poderia perdoar ao espectador não notar isso.

A narrativa consegue criar uma crítica a uma sociedade que está cada vez mais normalizada e conformada consigo mesma, na qual toda a gente se rege pelas mesmas instruções e toda a gente gosta das mesmas coisas que as corporações nos mandam gostar, e as pessoas que não se enquadram com isto são de alguma forma postas de lado. É uma história acerca do conflito incessante entre ter uma individualidade própria que seja um reflexo das ideias e convicções e personalidade de cada um e a pressão tremenda para ninguém se desviar muito da norma, porque quando isso acontece o Papão zanga-se.

Mas também uma história que tem como tema central a auto-estima e o auto-valor. Pode parecer cheesy e demasiado feito, mas todos os filmes são sobre o under-dog e sobre como o under-dog vence todas as adversidades e dificuldades para vir salvar o dia.
Todos nós nos identificamos com o under-dog, todos nós SOMOS o under-dog das nossas histórias pessoais, e esta história é sobre o under-dog mais underdog de todos.



A personagem central do Emmet é aquela que é mais genérica, os outros ainda têm salsichas grandes ou patilhas ou gatos, mas o Emmet não tem nada que o distinga.
Ele esforça-se imenso por seguir as instruções sociais, e as normas e convenções do mundo à sua volta, porque foi assim que lhe ensinaram que devia ser, porque lhe disseram que se fizesse isso, ia ter amigos e ser aceite e ser gostado pelas outras pessoas.
Mas descobre que fez isso tão bem tão bem, que se tornou absolutamente genérico e indistinguível de toda a gente. Tanto que ninguém repara nele, que ele se tornou absolutamente secundário na vida de toda a gente e que ninguém realmente se importa com ele o suficiente para sequer se lembrar claramente dele.

E isto é um medo tão transversal a todas as pessoas. É um medo muito fundamental, muito primário, de que se fala pouco, mas é absolutamente central à construção da personalidade de qualquer pessoa. Todos nós precisamos de sentir que somos especiais e únicos de alguma forma, mas não só a sociedade nos pressiona a gostarmos todos das mesmas coisas, como nos diz que ser demasiado diferente é mau, e deixa-nos sozinhos a tentar perceber o que é que significa realmente "demasiado diferente". Por medo tendemos a pecar por excesso de precaução, e escondemos o que nos torna únicos, correndo a consequência de deixar de ter o que quer que seja que nos torne especiais.

E não há coisa mais importante para uma criança do que sentir que é especial.

A narrativa do Lego Movie é exposta pela perspectiva de uma criança. E aquilo que as personagens dizem acerca do The Special, uma figura messiânica que vem salvar o mundo da conformidade forçada, é que ele é a pessoa mais criativa, mais interessante, mais importante e melhor do mundo.
Que parece, e é, o discurso interno algo infantil de uma criança. É a fantasia de qualquer criança sentir-se dessa maneira. Ver os seus amigos e as pessoas que gostam dele a pensarem e a dizerem isso dele. É uma fantasia que a criança quer sentir e ambiciona imenso experienciar, mas que já sabe que é rara na vida, e então arranja um bonequinho de lego, o mais genérico e desinteressante de todos, para se representar a si mesmo, e cria-he uma aventura fabulosa na qual o bonequinho se transforma naquilo que a criança gostaria de ter para si mesma.

Mas a verdade é que este diálogo interno de "eu sou bom, eu sou importante, eu sou interessante, eu tenho valor, eu não sou menos que os outros" é o diálogo interno que cada um de nós, no seu íntimo, tem de fazer obrigatoriamente todos os dias para não entrar em depressão!
Quais fantasias sexuais e fetiches estranhos, é muito mais fácil uma pessoa admitir que tem esses do que admitir que o que gostava mesmo era que os amigos achassem genuinamente que ela era mesmo uma pessoa muito muito porreira e interessante.



Portanto o Filme Lego é uma história sobre esses medos muito primários que subsistem em nós, adultos, sobre a forma como são experienciados por uma criança, e a maneira como essa criança sublima esses medos na pele de um bonequinho lego para quem imagina uma aventura que comprova a esse bonequinho todas as coisas que a criança gostaria de ver comprovadas em si.
E como é uma coisa apresentada de forma infantil, para crianças, para nós adultos é mais fácil vê-la e aceitá-la. Se a mesma história fosse contada de forma diferente, acerca de um adulto de 30 e tal anos num emprego mediano, seria uma lição demasiado próxima, demasiado reveladora e difícil de engolir.
Mas como é com uma criança está tudo bem. Posso ver a história, aceitá-la, sentir-me bem comigo mesmo e ainda assim dizer a mim mesmo que na realidade não tenho aqueles medos todos, que não sou assim tão frágil. A própria história fornece as ferramentas para podermos sentir-nos bem com ela e ainda assim protegermos o nosso próprio ego.

E é isto que acontece à figura do Pai, no fim do filme, que através do que percebe que o filho está a sentir, vê em si mesmo os seus erros, sem ter de os admitir abertamente, e por causa disso redime-se e muda os seus hábitos, aumentanto a sua felicidade e a do seu filho.

E faz isto tudo usando exclusivamente peças de lego animadas por computador, num filme maravilhosamente bonito, divertido e engraçado.
Com peças de Lego, porque as crianças brincam com peças de Lego, porque as peças de lego permitem fazer tudo o que se queira, sem limites para além dos da imaginação.

E é por isto que o Lego Movie é tão bom.


E depois podemos comprar isto...

...i have the weirdest boner right now...
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sábado, 16 de agosto de 2014

Guardians of the Galaxy - or - The Avengers in SPAAACE

So Guardians of the Galaxy again.

I know, what're ya gonna do? It's this or nothing else, so you might as well enjoy it.



Guardians of the Galaxy is fun, its entertaining, it does a LOT of things right. And it does that by following some central ideas that have proved to be very successful. These ideas are the kind that fuels every single story, they get repeated because they are good. These ideas are called tropes.

Guardians of the Galaxy is as successful as it is, because it is borrowing some very old tropes, and very much the same tropes as the already, very successful The Avengers


You see. Guardians of the Galaxy, is basically The Avengers in SPAAACE.

There are many other aspects, but i'll talk about the main characters.

They're both Five-Man Bands composed of mismatched outcasts who are reluctantly put together to fight a Big Bad to prevent a catastrophic event from destroying their worlds. They bicker between themselves at first but are eventually united by The Power of Friendship.


Star-Lord, Peter Quill - Captain America, Steve Rogers
Both are the central characters, both are the heart and leader of the team, both are displaced in time with references and jokes made at the expense of their outdated taste, both are slightly goofy but kindhearted. Both were weak fragile younsters who against all odds became extremely competent and confident. Both are normal human beings, at the top of their game.


Gamora - Black Widow
Both are highly skilled and deadly assassins with a shady past and a suggestion of a cruel training as children. Both serve as sidekick to the Leader and as suggested but never accomplished love-interest. Both, despite their professional and cold outward demeanor, actually do care deeply about the morality of their actions.


Rocket Racoon - Iron Man
Godamnit even their godamn names are paralel, one is a man in iron, the other is a raccoon on a rocket. They are both reluctant users of implanted technology (Rocket is a cyborg), but use it to their advantage, both are technical geniuses able to build complex machines with a tendency to assemble powerful weapons. Both are thee short tempered, manic one-lining sarcastic of the group. They're even both short and furry.


Drax - Hulk
What? Two characters who are loquacious, socially awkward, don't pick up on social clues, and both are endowed with great durability and physical strength while having do deal with issues of anger and restraint?


Grooth - Thor
The magical, kinda dumb, honour-bound brave-hearted big guy. Extremely tough and powerfully strong, definitively the toughest guy in the fight and flatly valiant and corageous. The mystical/magical element of the group, both could have come straight from a fairy-tale. Both are even royalty (Groot in the comics is a monarch of his tree-people).


Nota: este texto está em inglês
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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Robin Williams, 1951-2014

Um Deus do cinema morreu.

Não vou falar do suicídio ou da doença mental.

Toda a gente tem falado do Good Will Hunting, e do Dead Poet's Society, e do Hook, e do Mrs. Doubtfire, que são sem dúvida excelentes filmes, possivelmente os melhroes filmes dele.

Vou falar de filmes dele que correm o risco de serem esquecidos:

Popeye (1980)

Um filme tolo e divertido, estranhamente bom, precursor dos filmes de aventuras para jovens que saíriam na década de 80, com a Shelley Duvall.







The World According to Garp (1982)

Uma comédia negra, com uma história muito estranha sobre um tipo desenquadrado a tentar ter uma vida nromal, cheia de personagens secundárias bizarras, entre elas a Glenn Close e o John Lithgow.







Awakenings (1990)

Um filme dramático, profundamente triste, sobre um neurologista que descobre que doentes catatónicos podem melhoar, com uma das interpretações mais discretas do Robin Williams, e uma das melhores do Robert DeNiro.






The Fisher King (1991)

Simultâneamente um dos melhores filmes do Robin Williams, do Jeff Bridges e do Terry Gilliam. Uma história sobre Mito Arturiano, doença mental e amor.








Toys (1992)

Este filme dominou a minha infância. Sobre o dono de uma fábrica de brinquedos que não quer  deixar corromper o seu sonho. Um dos filmes com a imagética mais bonita e criativa de sempre.






The Secret Agent (1996)

Um filme de espionagem com o Bob Hoskins, a Patricia Arquette, o Gérard Depardieu, um Christian Bale muito novinho, e o Robin Williams a fazer uma personagem secundária absolutamente intensa e arrepiante.






One Hour Photo (2002)

Definitivamente a interpretação mais assustadora do Robin Williams.

Death to Smoochy (2002)

Uma comédia negra sobre as guerras dos programas para crianças, com o Edward Norton e um, nessa altura, principiante Jon Stewart.







Insomnia (2002)

Um thriller de Christopher Nolan, com o Robin Williams numa das suas interpretações mais assustadoras, com o Al Pacino e a Hillary Swank.








Não é tudo, há mais filmes muito bons dele... só achei que era uma pena as pessoas não conhecerem estes.

Bonus:

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domingo, 10 de agosto de 2014

Animus Vox - The Glitch Mob

E desta forma o Pataniscas Satânicas se torna num blog de música.

Cheguei a estes gajos, os Glitch Mob, começando na banda sonora do Blade Runner, para a banda sonora do Deus Ex, para a banda sonora do Tron, para a banda sonora do Portal 2.



E já agora, porque descobri que era possível fazer isto, uma playlist de música Cyberpunk.

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sábado, 9 de agosto de 2014

MCU & comentários ao Guardians of the Galaxy



Sou fã de bandas-desenhadas. 
Dois dos melhores livros que já li na minha vida são banda desenhada (Watchmen e The Sandman, para quem está a contar), e tenho dificuldade em ver filmes dos X-Men porque eles mudam pequeninos pormenores acerca das personagens e da continuidade para facilitar a escrita dos screenplays.

Da mesma forma sou um grande fã dos filmes da Marvel, geralmente chamados de Marvel Cinematic Universe (MCU), que apresentam de uma forma global estas pequenas alterações e desvios do material original. Estes filmes são de uma forma geral muito bem feitos, consistentemente divertidos e com personagens fortes.
Não são filmes com profundos significados ou devaneios estilísticos revolucionários, não são obras de arte da produção cinematográfica, mas daqui a 20 ou 30 anos vamos ter uma geração cujas bases cinematográficas serão fortemente baseadas nos filmes da MCU da mesma maneira que gerações anteriores foram influenciadas pelo Star Wars, pelo Indiana Jones ou o Back to the Future.
E isso é uma coisa boa, porque estes filmes são muito bons.

Mas a Disney/Marvel está a fazer uma coisa especial, que nunca foi feita antes na história do cinema: está a construir o maior e mais complexo universo cinemático/televisivo desde sempre.

O MCU já conta com 17 títulos entre filmes, curtas metragens e uma série televisiva, e estão planeados mais 13 filmes até 2019. Todos estes filmes tomam lugar dentro do mesmo universo, com as personagens de uns a aparecerem nos filmes dos outros, com os eventos de uns a condicionarem os eventos dos outros, com as narrativas todas de alguma forma interrelacionadas.

Uma nota aparte só para dizer que o grande obstáculo a que isto seja ainda maior é o facto de que muitas das personagens do universo da banda desenhada pertencem a produtoras difrentes, o que dificulta a integração das narrativas.

Até a série televisiva Agents of Shield, com 22 episódios, tem a sua narrativa intimamente ligada aos eventos dos filmes que vão sendo lentamente estreados no cinema. Mas o Agents of Shield merece um post só para falar da série, e não é este.

Todo este universo cinemático, que vai buscar alguns dos melhores aspectos das bandas-desenhadas, está lentamente a crescer, a evoluir. Os primeiros filmes eram mais fraquinhos, mas não podiam deixar de o ser. Serviram apenas para construir as bases do que viria a seguir, para introduzir personagens que vão crescer e para nos apresentar uma narrativa que está consistemente e inexoravelmente a ganhar velocidade, ritmo e a avançar para eventos que parecem vir a ser climáticos.

O Guardians of the Galaxy é só mais um destes filmes.

Comentários ao Guardians of the Galaxy:

- a história começa demasiado depressa, temos pouco tempo para nos habituarmos às personagens, muitas das quais, sobretudo o vilão, têm motivações quase inexistentes.

- apesar disso é uma história sólida, com um ritmo fantástico, muito muito divertida e satisfatória

- as personagens centrais são fabulosamente divertidas e interessantes, e apesar de serem quase completamente desconhecidas, tornam-se imediatamente gostáveis

- os diálogos são cómicos, estranhos e invulgares para este tipo de filme, 

- tem algum do melhor CGI que eu já vi no cinema, o filme é visualmente lindo e impressionante

- a banda sonora é fantástica e ajuda a tornar familiar um filme em que quase todos os elementos são bizarros/desconhecidos

- foi realizado pelo James Gunn, que já há anos anda a realizar coisas associadas à Troma e filmes estranhos de super-heróis, e isso nota-se


Vão ver o filme, é bom.

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terça-feira, 5 de agosto de 2014

E agora para qualquer coisa completamente diferente - Hip Hop Introvertido

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