Pataniscas Satânicas

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sábado, 9 de agosto de 2014

MCU & comentários ao Guardians of the Galaxy



Sou fã de bandas-desenhadas. 
Dois dos melhores livros que já li na minha vida são banda desenhada (Watchmen e The Sandman, para quem está a contar), e tenho dificuldade em ver filmes dos X-Men porque eles mudam pequeninos pormenores acerca das personagens e da continuidade para facilitar a escrita dos screenplays.

Da mesma forma sou um grande fã dos filmes da Marvel, geralmente chamados de Marvel Cinematic Universe (MCU), que apresentam de uma forma global estas pequenas alterações e desvios do material original. Estes filmes são de uma forma geral muito bem feitos, consistentemente divertidos e com personagens fortes.
Não são filmes com profundos significados ou devaneios estilísticos revolucionários, não são obras de arte da produção cinematográfica, mas daqui a 20 ou 30 anos vamos ter uma geração cujas bases cinematográficas serão fortemente baseadas nos filmes da MCU da mesma maneira que gerações anteriores foram influenciadas pelo Star Wars, pelo Indiana Jones ou o Back to the Future.
E isso é uma coisa boa, porque estes filmes são muito bons.

Mas a Disney/Marvel está a fazer uma coisa especial, que nunca foi feita antes na história do cinema: está a construir o maior e mais complexo universo cinemático/televisivo desde sempre.

O MCU já conta com 17 títulos entre filmes, curtas metragens e uma série televisiva, e estão planeados mais 13 filmes até 2019. Todos estes filmes tomam lugar dentro do mesmo universo, com as personagens de uns a aparecerem nos filmes dos outros, com os eventos de uns a condicionarem os eventos dos outros, com as narrativas todas de alguma forma interrelacionadas.

Uma nota aparte só para dizer que o grande obstáculo a que isto seja ainda maior é o facto de que muitas das personagens do universo da banda desenhada pertencem a produtoras difrentes, o que dificulta a integração das narrativas.

Até a série televisiva Agents of Shield, com 22 episódios, tem a sua narrativa intimamente ligada aos eventos dos filmes que vão sendo lentamente estreados no cinema. Mas o Agents of Shield merece um post só para falar da série, e não é este.

Todo este universo cinemático, que vai buscar alguns dos melhores aspectos das bandas-desenhadas, está lentamente a crescer, a evoluir. Os primeiros filmes eram mais fraquinhos, mas não podiam deixar de o ser. Serviram apenas para construir as bases do que viria a seguir, para introduzir personagens que vão crescer e para nos apresentar uma narrativa que está consistemente e inexoravelmente a ganhar velocidade, ritmo e a avançar para eventos que parecem vir a ser climáticos.

O Guardians of the Galaxy é só mais um destes filmes.

Comentários ao Guardians of the Galaxy:

- a história começa demasiado depressa, temos pouco tempo para nos habituarmos às personagens, muitas das quais, sobretudo o vilão, têm motivações quase inexistentes.

- apesar disso é uma história sólida, com um ritmo fantástico, muito muito divertida e satisfatória

- as personagens centrais são fabulosamente divertidas e interessantes, e apesar de serem quase completamente desconhecidas, tornam-se imediatamente gostáveis

- os diálogos são cómicos, estranhos e invulgares para este tipo de filme, 

- tem algum do melhor CGI que eu já vi no cinema, o filme é visualmente lindo e impressionante

- a banda sonora é fantástica e ajuda a tornar familiar um filme em que quase todos os elementos são bizarros/desconhecidos

- foi realizado pelo James Gunn, que já há anos anda a realizar coisas associadas à Troma e filmes estranhos de super-heróis, e isso nota-se


Vão ver o filme, é bom.

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