No recreio és um pesadelo
Atiras areia, puxas-lhe o cabelo
Mas os anos derretem o gelo
E atrás do bloco, à conversa
Um beijo de língua perversa,
O frio aperta na manhã submersa
Sentes calor nas
entranhas,
Sorris lágrimas
estranhas,
Chegas à terra prometida,
Não precisas de nada
na vida.
Mas as toneladas dos anos
Mesmo sem guerras nem intrigas
Só o atrito entre seres humanos,
E as vossas discussões antigas.
Ela perde-se num labirinto
Onde tu só vês uma ruela
Sentido único de fogo extinto
E enquanto a cumplicidade gela
O copo meio vazio dela,
É o teu meio cheio de absinto.
Arranha-te as
entranhas,
Arranca-te lágrimas
estranhas,
Sentes a garganta
ferida,
Enquanto ela sai da
tua vida.
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