Pataniscas Satânicas

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terça-feira, 17 de maio de 2016

O Futuro É o que costumava ser - ou pelo menos tenta

Homens crescidos vestidos de pijamas? Motores impossíveis? Warp speed, Mr. Sulu!?

Vamos falar sobre isso


Lembro-me perfeitamente de ter 6 anos e de ver Star Trek, e de isso ser a melhor coisa de sempre!

Naves espaciais! Armas Laser! Alienígenas! Estrelas, planetas e buracos negros! Viagens inter-galácticas! Exploração espacial!



Era o tipo de coisa que me estimulava imenso a imaginação, e que começou a criar-me curiosidade pelo espaço, por ciência e tecnologia.

O Star Trek representava um futuro no qual a tecnologia tinha resolvido todos os problemas da humanidade. A pobreza, a fome e a doença eram coisas do passado, e a humanidade podia agora dar-se ao luxo de se aventurar no espaço, and boldly go where no man has gone before.

O futuro estava cheio de entusiasmo e aventura, tecnologia imensamente avançada como phasers e tricorders, e teleportação e, por alguma razão, homens crescidos vestidos de pijama



Claro que depois cresci, e comecei a achar estranhos os pijamas, e os adereços de plástico, e um dia reparei que a música do génerico do Star Trek era extremamente parecida à do Love Boat.

Desiludi-me eu, e desiludiu-se o resto do mundo com a exploração espacial, e o Star Trek perdeu alguma da sua popularidade, mantendo-se forte à custa de alguns fãs ferrenhos.

No entanto essas ideias de tecnologia que me ficaram na cabeça acabaram por ficar na cabeça de muita outra gente, e estabelecendo a ideia de como o futuro DEVIA ser.

E algumas pessoas não iam deixar que o futuro se tornasse uma desilusão.





A verdade é que entre tablets, tradutores universais, phasers, intercomunicadores e aparentemente até raios de tracção, já há uma data de tecnologia que parece tirada dos nossos mais fantasiosos sonhos de ficção científica.

É uma situação de galinha e ovo, e é difícil dizer se o Star Trek foi capaz de prever estas inovações tecnológicas, ou se foram os cientistas/engenheiros que se inspiraram nos desenhos e ideias do Star Trek para inovar.

Mas do que nós gostamos mesmo é de naves espaciais


Infelizmente, como já vimos antes, as naves espaciais são muito caras porque basicamente temos de construir uma de novo cada vez que vamos ao espaço.

Tem sobretudo a ver com a dificuldade em reutilizar os foguetões que transportam o combustível que faz mover a nave espacial propriamente dita.

Entretanto temos o Elon Musk a conseguir aterrar foguetões reutilizáveis no meio do mar. O que, não duvidem, é um feito de engenharia incrivelmente impressionante, e extremamente útil para pôr coisas em órbita de forma barata.


Mas quem é que fica satisfeito em chegar à órbita da terra e ficar lá?

Isso nem sequer é chegar ao nosso quintal, isso mal é passar da ombreira da porta.

O problema é que qualquer viagem espacial para a Lua, para Marte, ou para mais longe, está sempre dependente do combustível. Quanto mais longe quisermos ir, mais combustível temos de levar.

E o combustível é pesado, e ocupa espaço, o que significa naves espaciais maiores e com mais foguetões para se poderem pôr em órbita, o que significa gastarem mais combustível, o que significa...
Vocês percebem...


Isto tudo por causa daquela Lei chata que o Newton inventou da Conservação do Momento Linear, que diz que para cada acção há uma reacção igual e oposta.

Ou seja, para movermos uma nave espacial para a frente, temos de queimar combustível para trás.

Parece uma daquelas frases motivacionais do Facebook,
mas na realidade é uma lei da física!

Mas e se fosse possível fazer uma coisa andar para a frente, sem ficar nada para trás?

Em 2001 um engenheiro aeroespacial chamado Roger Shawyer desenhou e construiu um motor que seria capaz de fazer reflectir micro-ondas dentro de uma cavidade de ressonância assimétrica, gerando assim momento linear numa direcção sem que nenhuma forma de momento linear igual e oposto fosse criado.

Este motor, chamado EM-Drive, seria capaz de gerar aceleração e movimento sem consumir combustível, gastando apenas electricidade que se obtém com facilidade através de energia solar.

Se funcionasse, seria uma revolução na indústria aeronáutica e sobretudo nas viagens espaciais. As naves espaciais ficariam livres da necessidade de carregar consigo toneladas e toneladas de combustível, podendo, teoricamente, viajar a velocidades próximas da velocidade da luz e durante um período de tempo quase infinito.


Isto seria fantástico não fosse pelo facto de que é expressamente proibido pelo nosso amigo Newton e a sua Terceira Lei.

Não pode haver reacção sem acção, é uma violação directa das leis da física como as conhecemos, e portanto ninguém levou o EM-Drive a sério.

E, no entanto, depois de 10 anos a chatear pessoas com o seu EM-Drive, Shawyer conseguiu começar a convencer pessoas a testá-lo.

E não é que quando o seu motor começou a ser testado por outros, conseguiram comprovar os seus resultados preliminares!


E não só quaisquer outros.

O Advanced Propulsion Physics Laboratory da NASA, o Chinese Northwestern Polytechnical University, e a Dresden University of Technology, todos conseguiram resultados preliminares que verificam que o modelo proposto por Shawyer parece produzir movimento!

As teorias explicativas para o porquê de isto funcionar são todas preliminares e não me vou dar ao trabalho de as explicar aqui, porque honestamente ninguém tem a certeza, e não são particularmente divertidas de explicar (não tem nada a ver com o facto de serem muito difíceis e eu ser preguiçoso).

O que aparentemente está a acontecer é que, contra tudo o que conhecíamos da física, aparentemente é de facto possível quebrar a Terceira Lei de Newton.


Se isto não fosse futurista o suficiente para vocês, e se acham que viajens interestelares quase à velocidade da luz são pouco impressionates, então tenho mais uma notícia para vocês.

Num verdadeiro momento de inspiração tirada directamente do Star Trek, Harold White, engenheiro aeroespacial líder da equipa de Propulsão Avançada, propôs a construção de uma nave espacial capaz de viajar mais depressa do que a luz.

Ou seja um literal motor de Warp.

Este motor funcionaria não através da geração de movimento propriamente dito, mas sim através da distorção do espaço-tempo à frente e atrás da nave, movendo-a literalmente através do espaço-tempo


Este motor, mais propriamente chamado de Alcubierre Drive, está a ser investigado pela NASA, como uma potencial forma de viagem intergaláctica.

Até já existem imaginações artísticas para o possível aspecto desta nave espacial, e mesmo que isto nunca venha a funcionar, a sua semelhança com o Star Trek é demasiado próxima para ignorar.



Portanto o futuro por bizarro que possa parecer, vai ser simultâneamente reminiscente daqueles homens crescidos que exploravam a galáxia vestidos de pijama!

Entretanto, aqui fica um vídeo a explicar como funciona o Alcubierre Drive.


2 comentários:

  1. Isto é tao fixe que mal me consigo aguentar na cadeira! Infelizmente o warp drive nao sera para breve... mas a possibilidade é espectacular!

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  2. Isto é tao fixe que mal me consigo aguentar na cadeira! Infelizmente o warp drive nao sera para breve... mas a possibilidade é espectacular!

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