"Now,
somehow, in some new way, the sky seemed almost alien."
- Lyndon B. Johnson
- Lyndon B. Johnson
O que é que aconteceu na exploração espacial, depois do homem ir à Lua?
Pouco. Não voltámos sequer a aterrar na Lua desde o início dos anos setenta.
Sonhámos durante décadas com uma expedição a Marte. Mas na prática, enviámos
umas sondas, colocamos em órbita uns satélites e uns telescópios. Construímos a
estação espacial.
Não vou dizer que a
estação espacial não é impressionante. Mas os russos colocaram uma estação
espacial em órbita há 30 anos. Não se pode dizer que seja uma inovação...
É estranho.
Porque parámos?
Porque é que o espaço saiu do nosso imaginário?
Bem, a resposta é porque não gera lucros no
curto prazo. Só exploramos o espaço porque os EUA estavam envolvidos numa
guerra (fria) com a URSS. Chamava-se a corrida espacial por um motivo. E foi
este viajante que deu o sinal de partida.
Os russos foram os
primeiros a chegar ao espaço. Lançaram um míssil balístico intercontinental,
que colocou um satélite em órbita - Sputnik (russo para fellow traveler). Mas o
lugar deste passageiro foi criado para carregar uma ogiva nuclear. Os americanos
entenderam aqui uma mensagem. A mensagem era que potencialmente, uma ogiva
nuclear russa podia estar a passear por cima da cabeça deles.
''For space science, like nuclear science and all technology, has no conscience of its own. Whether it will become a force for good or ill depends on man, and only if the United States occupies a position of pre-eminence can we help decide whether this new ocean will be a sea of peace or a new terrifying theater of war.''
- John F. Kennedy
Sputnik lançado em 1957. NASA fundada em 1958. Foi o medo dos Russos que fez com que os Americanos se lançassem na exploração espacial. Em 1972, depois de se tornar claro que os Russos não tinham capacidade de ir à Lua, os Americanos, terminaram o programa Apollo. Os planos para ir a Marte foram postos na gaveta. O fim da Guerra Fria colocou mais um prego no caixão da exploração espacial.
Uma ameaça à
segurança é um excelente motivador para mobilizar uma nação por detrás de um
objectivo. Normalmente esse objectivo é destruir a ameaça. No caso da Guerra
fria, como o confronto directo era impossível (sem provocar o apocalipse), a
guerra fez-se de feitos de engenharia e exploração, e de corrida a armamento.
Assim se explica que nos anos 60 quando um computador ocupava um armazém, uma nação conseguiu ir à Lua, e hoje, quando o meu smartphone me permite aceder a praticamente todo o conhecimento da humanidade, não enviamos naves tripuladas para mais longe do que a nossa órbita.
A guerra fria acabou. E depois disso, começamos a perguntar-nos se valia a pena gastar tanto dinheiro em foguetões.
Porquê ir ao espaço,
quando há criancinhas a passar fome na terra?
Há outros argumentos, mas este é o principal. É irritante, porque podemos perguntar: ''Porquê fazer o que quer que seja, quando há criancinhas a passar fome na terra?''
Vocês têm sapatos calçados? Porquê? Se há criancinhas a passar fome?
Além de que muitos que avançaram este argumento, tinham dois pesos e duas
medidas nestas questões...
Pois é.
O preço do programa espacial Apollo, que colocou o homem na Lua, foi de 100 biliões de dólares (ajustados à inflação - em 1972 - 20 biliões). Em contraste, o preço da Guerra do Iraque (2003) foi mais de 2000 biliões de dólares. Sem falar das dezenas de milhares de mortos.
Pelo preço de uma guerra do Iraque, a humanidade poderia pagar 20 programas Apollo. Ou então uma carrada de cuecas de ouro.
Esta comparação não é inocente. No novo milénio, a exploração espacial já não serve para inspirar a humanidade. Depois do ano 2000, a exploração espacial tem como objectivo atirar areia para os olhos da humanidade. Cosmética. Conversa.
Andar na Lua foi um salto de gigante para a humanidade. Mas se não vamos voltar, nem vamos a mais lado nenhum, mais valia termos estado quietos.
Então porque é que
estou a escrever isto? Porque há boas notícias!
A SpaceX, uma empresa dirigida pelo
empresário Elon Musk, tem sido responsável por avanços impressionantes em
viagens de foguetão. Em 2010, tornou-se na primeira empresa a lançar um
foguetão para reabastecer a estação espacial internacional, com sucesso.
Curiosamente, tudo começou com Elon Musk a
viajar para Moscovo, para comprar um Míssil Balístico Intercontinental em 2001.
A ideia dele era enviar ratos para
Marte.
Há ideia mais fixe que esta?
Bom, os Russos não o levaram a sério, e Musk começou a planear
construir um foguetão de raiz.
O falcon 9 é espectacular, mas o que trouxe de novo?
Um dos problemas com o voo em foguetão sempre foi o facto dos
foguetões serem caros. E de utilização única. Imaginem construir o melhor avião
que conseguem imaginar, usar uma vez, e depois deitar fora.
A NASA tinha tentado resolver este problema com o vaivém espacial.
Mas só conseguiu parcialmente. Estão a ver o foguetão laranja, que
leva o vaivém? Não é reaproveitável, e é essencial para colocar o vaivém em
órbita.
A regra de um foguetão = uma utilização, manteve-se até ao dia 21 de Dezembro de 2015. Depois de várias tentativas falhadas, a
SpaceX conseguiu aterrar um foguetão.
Poucos meses depois, conseguiu aterrar um falcon 9 numa plataforma
no meio do oceano.
Este avanço pode tornar as viagens para o espaço muito mais
baratas. Possibilitar o turismo espacial, num futuro próximo. E segundo Elon
Musk, facilitar a tarefa de levar ratos a Marte.
E seres humanos também.
Pode ser mais cedo do que nós pensamos. Este outono a SpaceX vai
divulgar quão cedo.
Lembram-se dos vossos pais a descreverem o que estavam a fazer, e
o que acontecia na vida deles quando o Homem foi à Lua? A incredulidade, o
espanto e o fascínio que marcaram uma geração?
Pode ser que o momento que nós vamos contar aos nossos filhos
aconteça na próxima década!
Now, wouldn't that be cool?
Há aqui um salto importante que vai acontecer quando as grandes corporações perceberem que explorar o espaço é rentável.
ResponderEliminarHá por aí por fora muitos minerais e recursos a flutuar, só à espera de serem pescados.
Ao início foi uma corrida ao espaço motivada pelo belicismo e dominância tecnológica, a próxima corrida vai ser motivada pelo lucro!
Mas, nessa linha de pensamento, é muito mais barato enviar robots do que pessoas.
As estrelas pertencem às Inteligências Artificiais.
E nao será essa a resposta à pergunta sobre onde estao os extraterrestres? Os extraterrestres estao a construir inteligencias artificiais! E as inteligencias artificiais extraterrestres nao estao interessadas em nos encontrar, pq sabem que nos somos só uma maneira de construir inteligencias artificiais! Just follow the money! :)
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