Pataniscas Satânicas

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segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Coisas Horríveis IV - um pedido de desculpas

Ok, pronto, parem com os e-mails, a minha caixa de correio já não aguenta.

Peço desculpa pelo que escrevi, claramente ultrapassei uma linha e ofendi muitas pessoas.
Sensibilidades foram magoadas, susceptibilidades foram injuriadas, moralidades foram ultrajadas. Toda a gente tem uma opinião, e há outras opiniões diferentes. É preciso respeitá-las, não é?

Não tenho o direito de dizer coisas que vão magoar os sentimentos das outras pessoas, por muito estúpidos que eu ache que sejam esses sentimentos. Quer dizer, se andássemos por aí a dizer coisas desagradáveis uns aos outros só porque sim, onde é que isto ia parar?

E eu compreendo que dizer este tipo de coisas acerca de crianças é sempre inapropriado, sobretudo quando estamos a falar de crianças deficientes. É um assunto sensível eu compreendo.

Porque quer dizer, se começamos a dizer tudo o que nos vem à cabeça, onde é que isto vai parar? Corremos o risco de que as outras pessoas ouçam as nossas ideias e se ofendam! E magoamos os sentimentos delas!!!

Mesmo que estas pessoas adiram com demasiada convicção a ideas e crenças abstractas, largamente arbitrárias acerca do que é apropriado ou não. São as ideias delas, não tenho o direito de vir brincar com isso ou mostrar como são ridículas. Essas pessoas têm o seu direito.

E quer dizer, sobretudo quando no mesmo contexto falo de cães. Envolver cães E crianças deficientes? O que é que eu pensava? Que as pessoas iam simplesmente reconhecer o exagero absurdista pelo que é e pôr a ideia de lado de tão parva e desprovida de sentido que é depois de darem uma gargalhada?

Claro que não, as pessoas têm as suas crenças e têm o direito a essas crenças, e eu não tenho o direito de sair do meu caminho e gozar com essas crenças, por muito superficiais que me pareçam. É preciso respeitinho.


Mesmo que tenham sido só palavras, sem nenhum impacto real ou mensurável, ofensivas apenas para quem se importa, e essas pessoas possam simplesmente não olhar para o que eu escrevo.
Não tenho o direito de dizer determinadas coisas, há claramente coisas que são demais. Toda a gente sabe isso, e eu devia sabê-lo, também.

Acho que o pior foi mesmo a comparação entre os cães e as crianças deficientes. Isso é errado. Não se pode deixar acontecer. As pessoas iam ofender-se.

E nem posso dizer que não sabia. Claro que sabia, foi por isso que o fiz. 
Diverte-me o facto de isto ofender as pessoas. Põem-me uma linha à frente e um sinal a dizer "Não ultrapassar esta linha" e eu tenho o impulso de pôr o dedo do outro lado da linha.

Que as pessoas se sintam ultrajadas e pessoalmente magoadas quando pego em ideias e brinco com as atribuições quasi-sagradas que elas fazem delas, e as mexo e remexo com o único propósito de chegar a uma frase que tenha o maior impacto e a maior ofensividade possível, especificamente dirigida para essas atribuições arbitrárias acerca do que se pode dizer ou não.
Diverte-me.

É preocupante a quantidade de tempo e energia que dispendo a pensar sobre este tipo de coisas...

Acho que o que ofendeu mais as pessoas até foi a inversão da comparação, ou seja, que de igual forma as crianças deficientes seriam comparáveis a cães.

Compreendo quando as pessoas se sintam atacadas de uma forma subtil e sub-reptícia, quando eu com uma dúzia de palavras as faço considerar noções horríveis, mesmo que estas sejam concretamente observáveis. Sobretudo se forem concretamente observáveis.

Quer dizer, eu não digo explicitamente que babarem-se, cagarem por todo o lado e ficarmos felizes quando aprendem truques são alguns dos termos nos quais são comparáveis.
Eu não digo isto explicitamente, mas o facto de levantar a comparação faz com que as pessoas pensem sozinhas nestes pontos de comparação, e isso fá-las sentirem-se mal.
Sobretudo mal porque não fui eu que o disse, só pus a primeira ideia dentro da cabeça delas, e elas chegaram lá sozinhas.

Portanto o que as ofendeu mais foi o que elas pensaram sozinhas. Eu só chamei a atenção para o facto de que essas ideias já lá estavam, potencialmente. É sobretudo isso que as chateia, a dificuldade em aceitar que parte da responsabilidade dessas ideias é delas.


Há ideias que não deviam ser expressas, mesmo que sejam ridículas, porque podem ofender alguém! E não podemos permitir que as pessoas se ofendam, pois não?
Isso justifica que algumas ideias sejam censuradas. Há ideias que merecem ser censuradas, é isso?

Mas compreendo que se zanguem comigo.

Havia uma linha e eu ultrapassei-a.

O Papão não gosta.

Mea culpa.

Vou tentar ser mais simpático no futuro.

1 comentário:

  1. Discordo em absoluto. Acho que todos os mongoloides deviam ser visitados pelo violador de telheiras, obrigados a comer fezes e depois queimados vivos. Ja as pessoas que se indignam com coisas, deviam ser sodomizadas pelos mongoloides antes de os mesmos serem regados em gasolina e imolados. O papa é um grande cabrao e passou gonorreia à branca de neve. Quanto aos caes, acho que estiveste mal. Eu respeito os animais. Exijo um pedido de desculpas e actos de contriçao da tua parte. Nao se admite.

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