Pataniscas Satânicas

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terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Coreia do Norte e a Bomba H

Não sei o suficiente de política internacional para ter opinião sobre a Coreia do Norte.
São os maus, certo?

Ninguém gosta deles, ao ponto de haver candidatos presidenciais a terem necessidade de anunciar que resolveram descer a Coreia do Norte na lista de países que vão visitar se forem presidentes.

E francamente, acho que temos todos que fazer colectivamente: búúú! búúú! e apupar países que gostam de fazer explodir armas termonucleares.


Epá, agora cagaste o pé todo...

A bomba que a Coreia do Norte fez explodir, funciona através  da fusão de Hidrogénio em Hélio. Que é o mesmo processo pelo qual o sol produz energia.

O poder destrutivo de uma bomba de Hidrogénio vem do mesmo processo que faz o sol brilhar. É uma bomba que traz para a superfície terrestre um bocadinho daquilo que acontece no Sol.
A temperaturas mais elevadas.

E isto é a desculpa perfeita para falar de coisas fixes! Coisas que estimulam o nosso imaginário do que é uma bomba nuclear. Vamos falar de urânio, plutónio, massa crítica, raios gamma, raios X e de deutério!


Isto é um esquema de uma bomba termonuclear:


Quando o contador chega a zero, é detonada uma bomba de fissão primária (a bola amarela com o centro azul escuro). Normalmente através de um detonador (um feixe de neutrões), que actua sobre um isótopo radioactivo instável (como urânio 235, ou plutónio). A bomba é redonda, porque esta é a forma com menor massa crítica.


Se o isótopo estiver em quantidade suficiente (massa crítica), isto começa uma reacção em cadeia, que liberta muita energia... Mesmo muita. Esta energia toma a forma de radiação electromagnética de curto comprimento de onda, ou seja, feixes de raios X (que nós usamos para ver a gaiola que temos no peito), e raios gamma. Lembramos que exposição a estes mesmos raios gama transformaram o Bruce Banner no incrível Hulk, por isso são fixes.


Este é um argumento forte. Porque, entre outras coisas, isto:


Os raios gamma comprimem e aquecem um recipiente que contem 2 isótopos de Hidrogénio, o Tritium (1 protão + 2 neutrões) e o Deutério (1 protão + 1 neutrão), até às temperaturas elevadíssimas em que ocorre a fusão nuclear.

E é aqui que as coisas começam a aquecer... muito. Esses dois isótopos de Hidrogénio fundem-se!



Para formar Hélio. E um porradão de energia, que se manifesta por uma explosão apocalíptica. Este é o esquema da bomba, com os vários passos do processo resumidos:


A razão pela qual estes diagramas aborrecidos são importantes, é porque o efeito prático é este:


Uma bola de fogo com 2 quilómetros. Há um site que nos deixa simular um ataque nuclear numa cidade há nossa escolha.

Uma bomba de Hidrogénio em, por exemplo... Lisboa!

Estas imagens fazem-nos perceber que estas bombas não deviam existir.

Agora, no Centro do Sol, a temperatura é de cerca de 15.000.000 ºC.


Estas bombas podem provocam qualquer coisa como 10 vezes essa temperatura.

O que é espectacular, não me interpretem mal...

Mas não serve para nada, à excepção de poder ser o plano A quando um asteróide grande estiver em rota de colisão com a Terra. Isto, antes de mandar o Bruce Willis partir o asteróide às dentadas.


Não sei qual é a vossa opinião, mas eu acho que precisamos de menos bombas a explodir.
E quanto a bombas que tentam imitar o sol aqui na aqui na Terra, acho que também prescindia.

Espero que o kim jong-un leia este blog. Búúú, búúú!

4 comentários:

  1. Portanto é uma bomba de fissão que despoleta a bomba de fusão?

    Ou, por outras palavras, para iniciarmos a reacção de fusão do hidrogénio em hélio precisamos primeiro da energia libertada por uma bomba de fissão?

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    Respostas
    1. sim, uma bomba de fusão pura só existe como conceito teórico. https://en.wikipedia.org/wiki/Pure_fusion_weapon

      Infelizmente... porque se fosse possível desencadear fusão nuclear de maneira controlável e eficiente, a fusão a frio estaria vários passos mais perto de ser exequível. e não é por acaso que a fusão a frio é o santo graal da física/engenharia moderna...

      digo santo graal, porque pode não ser possível de todo.

      mas se um dia conseguirmos, o processo usado para criar a arma mais mortífera da história da humanidade, pode vir a ser a nossa melhor hipótese de sobrevivência no longo prazo...

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    2. Pois, claro, faz todo o sentido...

      Quando dizes que pode não ser possível de todo é porque a tecnologia necessária para o fazer seria ridícula, ou há leis da física que o proíbam?

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    3. Acho que não é uma impossibilidade física, mas tecnologicamente... não sei dizer. ninguém sabe.

      um pouco porque muitos cientistas disseram que tinham conseguido, e depois verificou-se que nenhuma das experiências era reprodutível...
      agora há este:
      http://www.wired.co.uk/news/archive/2015-01/30/cold-fusion-energy-advances-2015

      um gajo chamado rossi com o e-cat.
      se é verdade ou não... as opiniões divergem

      http://shutdownrossi.com/

      http://oilprice.com/Energy/Energy-General/Andrea-Rossi-Vindicated-Cold-Fusion-Takes-Another-Step-Towards-Credibility.html

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