A ideia de construir vida artificial.
São fascinantes porque são reflexos de nós mesmos. São a melhor versão de nós mesmos que conseguimos criar.Provavelmente por causa disso são tão frequentemente defeituosos e com instintos assassinos
Isto evoluiu dos homúnculos e dos golems para os andróides e para as inteligências artificiais.
Estes últimos são particularmente interessantes porque já representam uma compreensão melhor do fenómeno. Já fazem uma distinção entre o corpo mecânico e a mente electrónica que lá está dentro.
Como damos imensa importância à expressividade dos olhos, naturalmente acabámos por representar essas consciências artificiais através dos olhos.
Porque temos este medo de ser suplantados pelas nossas criações, porque sabemos que elas carregam os nossos defeitos e falhas, temos sempre medo que se virem conta nós
Por causa disso e porque a AI é sempre imprevisível acabámos quase sempre por dar olhos vermelhos aos robots maléficos da nossa ficção.
É o glowing mechanical eyes trope.
O primeiro e melhor exemplo disto é o H.A.L. do 2001.
No filme 2001: A Space Odyssey (1968), o H.A.L. é uma inteligência artificial que se torna homicida, e é representada por um olho desincorporado do mais profundo vermelho, inexpressivo e absolutamente ameaçador.
O Blade Runner (1982) representa o extremo oposto do espectro. No Blade Runner todos os replicants (seres humanos artificiais) têm um brilho vermelho muito ténue nos olhos. É subtil mas é a marca inconfundível de um simulacro humano.
Durante os anos 90 há uma desconstrução do trope. Até agora tivemos robots ou AIs que são simulacros de humanos, agora temos um humano que se parece com um robot.
Concordantemente, no Robocop (1987) ,o olho que vemos por baixo do metal não só é humano, como é azul.
É uma imagem diametralmente oposta à do Terminator.
Na televisão tivemos os Cylons do Battlestar Galactica (2004-2009). Robots assassinos e implacáveis, soldados de uma espécie alienígena determinada a destruir a humanidade.
Os robots do I, Robot (2004) quando se tornam maus ficam com uma luz vermelha no peito, no coração. É possível interpretar isto como sendo as emoções que estão corrompidas e não a consciência.
No Wall-E (2008) temos o AUTO, a inteligência artificial da nave espacial Axiom, extremamente reminiscente do H.A.L.
Até temos o Fruit Fucker da Penny Arcade!
Finalmente, e como expoente máximo deste trope, há o Ultron, do Avengers: Age of Ultron (2015).
O Ultron é a história do Pygmalion, do My Fair Lady, dentro do MCU.
O Tony Stark cria o Ultron para proteger o mundo, mas o Ultron vem com todos os defeitos e limitações morais do Tony Stark, e rapidamente decide destruir a humanidade.
É claro que tem os olhos vermelhos
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